Não faltam motivos
para a luta dos docentes, uma luta em defesa da Universidade Pública!
DEFENDEMOS A UNIDADE NA LUTA COM
OS ESTUDANTES E SERVIDORES DA UFBA
Após uma década sem
greve, os docentes se mobilizaram e realizam uma greve nacional contra o
descaso do governo federal com a educação. O corte de 55 bilhões do orçamento,
sendo R$1,9 bilhão só na educação feito por Dilma, no inicio de 2012, piorou
ainda mais o funcionamento das Instituições Federais de Ensino (IFES),
precarizando as condições de trabalho e estudo para os docentes, técnico-administrativos
e estudantes.
O Programa de Expansão
e Reestruturação das Universidades Federais (REUNI), implantado em 2007, tem
provocado inúmeros problemas, tais como salas superlotadas, falta ou insuficiência
de restaurantes universitários, falta de professores, bibliotecas defasadas,
abertura de cursos sem condições de funcionamento. Faltam, ainda, recursos para
permanência dos estudantes cotistas: dentre os 4.000 estudantes cadastrados
para receber assistência estudantil, apenas metade recebe algum tipo de apoio
(bolsa ou moradia ou alimentação ou transporte), segundo dados da própria
reitoria.
Há uma profunda
intensificação e extensificação das atividades docentes, perdas reais de
salários e outros graves problemas que foram piorados com a implantação do
REUNI, pois este, dentre vários problemas, vinculou o recebimento de verbas a
uma serie de metas a serem atingidas, sem a correspondente ampliação do quadro
docente e de servidores. O que vem se denominando expansão é uma estratégia eleitoreira de aumentar a quantidade de
vagas para alunos, sem manter a qualidade. O REUNI impôs uma incompatível
relação de oferta de vagas com as condições de docência sendo um dos seus
pilares o excesso de trabalho e a baixa remuneração. Enfim, expansão de vagas
sem manutenção das condições de trabalho e estudo.
O Regimento interno
da UFBA já incorpora este projeto de universidade formulado pelo governo
via REUNI, em especial com aumento da carga horária de professores em sala de
aula, e a separação das instâncias deliberativas de ensino da pesquisa e
extensão. A Universidade Nova (UNINOVA) privilegia o ensino e antecipou o
projeto do governo, definindo o marco regulatório e a autonomia universitária
nos moldes da política neoliberal.
A dureza do governo
Dilma com os servidores federais tem se refletido em ajustes, congelamento de
salários e muita embromação nas “mesas permanentes de negociação”. Portanto, a
única saída encontrada pela categoria foi a deflagração da greve no dia 17/05
com a mobilização inicial de 33 universidades e institutos federais. Atualmente,
o movimento paredista cresce computando 45 instituições federais. A greve vem mostrando a disposição de luta e
o poder de reação dos docentes frente aos ataques desferidos pelo governo
federal.
O debate da
reestruturação da carreira docente vem acontecendo sem avanços desde 2010,
de modo que foram protocoladas, até o momento, quatro (4) propostas de
carreira, a saber: Andes/SN, Sinasefe, Proifes e governo. Enquanto a base
docente está insatisfeita em todo o país, direções sindicais como a APUB,
ligadas politicamente ao PROIFES, tentam de todas as formas barrar o avanço do
movimento. São direções sindicais colaboracionistas, que transformam o
sindicato de instrumento de luta em meio de conciliação com o governo para
manter a base alheia ao que está ocorrendo.
A APUB-LUTA Oposição
Sindical, ao contrário da direção do nosso sindicato, surgiu para socializar
informação, mobilizar a categoria, em unidade com os estudantes e
técnico-administrativos, em defesa da UNIVERSIDADE PÚBLICA, DOS DIREITOS E
CONQUISTAS E DE CONDIÇÕES ADEQUADAS DE TRABALHO E ESTUDO.
direção da apub posterga realização da assembleia
Em
flagrante desrespeito à todos os professores da UFBA, a direção da APUB
suspendeu a realização da assembleia que ocorreria no último dia 25, remarcando
para 29 de maio, terça-feira, mesmo horário e local. Os motivos alegados pela
diretoria foram: 1) o reajuste tardio de 4% mais incorporação das
gratificações ao salário base, retroativo à março, cujo “ganho” fica abaixo da
inflação de 2011 e; 2) reunião com o governo no próximo dia 28 que no
entanto, foi suspensa. O que poderia ser uma oportunidade para debatermos os
problemas que levaram 44 universidades paralisarem suas atividades por tempo
indeterminado e construirmos, também, a greve na UFBA, foi postergado com claro
intuito de desmobilizar a categoria. A quem serve a diretoria da APUB?
Governo
suspende reunião com professores federais em greve prevista para 28/5
Dando
uma clara demonstração de que não sabe lidar com a greve dos professores
federais que a cada dia ganha mais força, o Ministério do Planejamento (MP)
suspendeu a reunião agendada para segunda-feira (28).
O
encontro foi suspenso no final da tarde desta sexta-feira (25), sem
justificativas pelo secretário de Relações do Trabalho do MP (SRT/MP), Sérgio
Mendonça. Esta seria a primeira reunião dos representantes do governo com o
ANDES-SN desde a deflagração da greve, em 17 de maio.
Para o
Comando Nacional de Greve (CNG), o cancelamento demonstra o desrespeito do
governo em relação aos prazos estabelecidos por seus próprios representantes.
Isso evidencia também a ausência de proposta efetiva a ser apresentada aos
professores para resolver o impasse da greve.
De
acordo com nota divulgada pelo CNG, esse fato confirma o não andamento das
negociações e o interesse do governo em desarticular o movimento da categoria
em greve.
Mesmo
com a suspensão do encontro, todas as atividades de mobilização estão mantidas
para esta segunda-feira (28), inclusive o ato em frente ao Ministério do
Planejamento, marcado para às 11h, horário previsto para a reunião.
O CNG
aponta que as manifestações desta segunda (28/5) devem denunciar a falta de
compromisso do governo com a negociação e o desrespeito com os docentes em
greve. A expectativa é intensificar ainda mais a greve e ampliar as ações de
mobilização.
Até o
momento, 44 instituições federais de ensino estão com as atividades suspensas.
Este número irá subir para 48 na segunda-feira, com a adesão das Universidades
Federais de Santa Maria (UFSM), Tocantins (UFT), Grande Dourados (UFGD) e do
Campus Jataí da Federal de Goiás (UFG).
Greve é uma
das maiores já realizada pelos docentes das instituições federais
Na
próxima segunda-feira (28), quando será realizada no Ministério do Planejamento
a reunião do Grupo de Trabalho sobre Carreira, já serão 47 instituições
federais em greve. Além das 44 que já estão em greve, paralisarão suas
atividades, segundo o Comando Nacional de Greve (CNG), as universidades
federais de Santa Maria (RS) e Grande Dourados (MT), além do campus de Jataí,
em Goiás.
“Essa é uma greve que está com uma força impressionante. Das 62 seções
sindicais do ANDES-SN que representam instituições federais, apenas 11 não
estarão em greve na próxima semana”, avalia a professora Elaine Carvalho, do
Comando Nacional de Greve.
Para
Elaine, é certo que a adesão vem crescendo. “Setores tradicionalmente
refratários a paralisações, como os da área médica e tecnológica, estão
parando. Na faculdade onde ensino (odontologia da Universidade Federal de
Pernambuco) os estudantes realizaram uma assembleia segunda-feira passada (21)
e decidiram parar”, destaca a professora.
Elaine
avalia que a decisão foi tomada porque o curso está muito precarizado, sofrendo
da falta de material. Outro fator que levou os estudantes a tomar a decisão foi
porque nem todos os professores estavam parados, o que estava atrapalhando a
vida acadêmica dos alunos.
Professora
da rede federal há 18 anos, Elaine participou das greves de 1998, 2001 , 2003 e
declarou que nunca participou de uma
mobilização com as características da atual. A primeira diferença está na força
inicial da greve. “Nenhuma das greves que participei começou com uma adesão tão
grande de tantas seções sindicais”, ressalta.
Outro
fator apontado por Elaine é o fato de as assembleias locais que decidiram pela
greve terem poucos votos contrários. Numa média de 200 professores, 180 votaram
a favor, quatro contra e o restante eram de abstenções. “Também tenho percebido
uma participação massiva dos novos professores, em sua maioria jovens, e o
apoio da sociedade à nossa causa. Até agora as manifestações têm sido positivas
e não temos recebido críticas formais de setores que geralmente são contrários
a greve”, argumenta.
AGENDA da APUB-LUTA
OPOSIÇÂO SINDICAL:
28 de maio – Panfletagem nas unidades
da UFBA
28 de Maio – Reunião às 14:00 h em São
Lázaro
29 de Maio – Participação na Assembleia
da Apub – Auditório 1 do PAF I, às 16h
30 de Maio – Participação no 7º Congresso
dos Estudantes da UFBA (CONUFBA)
31 de Maio – Reunião avaliativa das
atividades – Faced, às 18h
Assembleia da APUB
29/05/12, terça-feira, às 16h Local: Auditório 1 do PAF I
Participe! Venha
discutir a deflagração da greve, a carreira docente e as demais reivindicações
da categoria!
A APUB-LUTA Oposição Sindical conclama todos os docentes a integrarem
esta jornada de lutas. Solicitamos apoio de todos os trabalhadores e, em
particular, das demais categorias (estudantes e funcionários) da comunidade
universitária.
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